22 de dez. de 2012

Antes da aurora

Poema escrito em 12 de dezembro de 2012, dedicado à tia Fabiana e declamado na VIII Mostra de Dança Vivarte
Fabiana Montalvão em "A Cor do Brasil", VIII Mostra de Dança Vivarte

Você dança antes da aurora
Quando o sol ainda dorme
Mas o mundo já está brilhando

Você dança antes da primavera
No frio fustigante do inverno
Mas as flores ao redor já desabrocharam

Você dança ao som de qualquer silêncio
Quando o pianista está em horário de almoço
Mas a vida soa como música

Você dança até cansar
E não se cansa
Você sente, você dança
Sem parar para pensar

Bailarina por inteiro
Mesmo numa meia-ponta
Que prefere realizar
A brincar de faz-de-conta

27 de out. de 2012

Hand in Hand - Ma Li e Zhai Xiaowei


Uma vez me disseram que algumas pessoas não nascem para dançar. Mas todos os maiores exemplos de superação que vemos por aí provam o contrário. Hoje, eu sinceramente acredito que quem ama o que faz, pode fazer qualquer coisa. E, para isso, não é preciso ser famoso, mundialmente conhecido, seu nome pode até ficar fora dos livros de história, desde que sua arte fique gravada na vida das pessoas. Essa é a sina do bailarino.
Esses dois me emocionaram do jeito que eu almejo, um dia, poder emocionar alguém.  Eles não nasceram para dançar, nasceram para fazer o que amam. E, se é que eu sou capaz de falar de forma imparcial, o fazem muito bem.

Para saber mais, aqui.
De resto, é só assistir.




8 de out. de 2012

DANCE - Entrevista com Renata Carvalho

Há algum tempo atrás, em 2009, houve um projeto de língua portuguesa para a construção de uma revista, onde apresentaríamos textos informativos e entrevistas e para o qual teríamos de escolher uma temática que tivesse a ver conosco. Um dos grupos foi composto por nós e duas outras meninas, todas já tinham feito/faziam balé. Então, não poderia ser diferente: nós escolhemos tratar de, nada menos, que DANÇA. 
O nome da revista não foi lá muito criativo mas, podemos jurar, caprichamos nas outras partes.
A primeira e única edição da Dance apresentou-se de forma bem bailarinística mas, para a nossa entrevista, escolhemos alguém que entendesse não só de balé mas de arte em geral. 
Infelizmente, por diversas ocorrências, não possuímos a folha de papel na qual estava impresso o questionário e nossa professora de português levou a revista para "dar o visto" e nunca mais nos devolveu (mas, tudo bem, isso acontece com todos os nossos melhores trabalhos de escola). Por isso, teremos que dar uma de jornalistas e mostrar a entrevista sem o típico formato de perguntas e respostas.
Renata Carvalho
Renata Carvalho Andrade, 27 anos (na época, gente), iniciou seus estudos em dança no ano de 2003 no Portal Hanna Belly (Dança do Ventre) e em Ballet Clássico no ano de 2004 com Tatiane Mellins no Centro de Cultura e Arte da Universidade Federal de Sergipe. Teve aulas de técnica clássica com a professora Klely Perelo e na Academia Sergipana de Balé. Em 2007, fez vestibular/UFS para Dança e essa trajetória, também foi permeada de cursos, oficinas de outras modalidades de dança, como jazz, contemporâneo, contato-improvisação e etc.
Desde sempre gostava de dançar.  Mas só com o tempo, começou a sentir necessidade de técnica, de profissionalizar o que antes era lazer. E nela, encontrou mais uma forma de falar (estudo do movimento), sem necessariamente verbalizar.
Sua dança favorita é a Contemporânea, "pela liberdade na utilização do espaço, figurino, na descoberta de movimentos através de seu estudo e pela comunicação com outras artes."
Ao ser perguntada sobre o que ela acha da dança como forma de sustento, diz "Depende de como ela faz parte na sua vida. No meu caso, trabalho com dança, minha formação é em dança. O mercado em Aracaju está crescendo, principalmente com a inserção do curso, mas ainda engatinha. Existe preconceito e as pessoas tem dificuldade de encará-la como trabalho. Mas gosto muito do que faço, e talvez essa seja a maior vantagem, fazer o que gosto, independente das dificuldades e viver disso."
Sobre sua maior inspiração, responde "Não teria a maior, mas as maiores: muitas músicas, poesias, filmes, situações, artes plásticas e pessoas (não necessariamente alguma bailarina famosa, pessoas que convivo)."
Ao perguntá-la sobre o que faz além da dança, ela responde que trabalha com artesanato (pintura, papel maché, máscaras...).
Renata Carvalho em Por entre Modigliani e outras intimidades
E, como todos nós que dançamos quase sempre acabamos passando por algumas situações complicadinhas em um ou outro espetáculo (obs.: conosco acontece SEMPRE, sem exceção), pedimos que nos contasse sobre a pior dessas situações de que tivesse recordação, ela diz que no ano de 2006, em um Festival de Dança, o iluminador do Festival deixou a coreografia em que estava 80% na penumbra. E que quase não enxergava  o palco.
Renata Carvalho em Gesto
Por fim, perguntamos o que ela, como profissional de dança, considera mais importante: talento ou dedicação? E ela nos responde algo que levaremos conosco enquanto dure nossa trajetória na dança: "dedicação aliada ao bom senso e ao talento."

1 de set. de 2012

Révérence

Foto: lookbook.nu
Bailarina, dance pra mim
Bailarina, fique aqui
A sua dança é toda poesia
Desperta alegria onde havia dor
Rodopia no palco da vida,
Naquela caixinha em forma de amor

Bailarina, dance pra mim
Bailarina, fique aqui
De manhã e mesmo à noite
Ofusca o brilho de estrela qualquer
E meu coração, tão bobo da corte
Se contenta com o fato de ser o que é

Bailarina, dance pra mim
Bailarina, fique aqui
Ou, quem sabe, me leve com você
Me mostre um mundo de tudo ao revés
Acolha minhas rosas no révérence
Enquanto aplaudo de pé, aos seus pés

Fiz esse poema em homenagem às bailarinas, já que hoje é o nosso dia. Espero não ter sido injusta com os bailarinos, eles não são menos merecedores. Felicidade, a todos e todas! E muita dança sempre!

7 de ago. de 2012

... Interessante


Estava pesquisando alguns vídeos sobre técnicas e dicas, e achei esse vídeo com trechos de uma aula da década de 50, do Ballet Bolshoi, realmente muito interessante:


A-do-rei poder ver as mudanças e matar algumas curiosidades!!



27 de jul. de 2012

Sonho, sonho. Realidade, à parte.

Sei que, às vezes, posso parecer um tanto sonhadora demais - até para mim mesma - e estive a pensar ao que isso me levaria, quero dizer, o que poderia me acontecer na pior das hipóteses. Foi aí que descobri que  posso perfeitamente separar, na minha vida, os meus sonhos e a minha realidade.
Foto: We Heart It
Eu sonho em ser uma bailarina profissional, ingressar em alguma companhia de dança e viajar pelo mundo para fazer o que eu amo, sonho em ter flexibilidade, equilíbrio, força, concentração, destreza, delicadeza, fluidez e tudo o mais que seja necessário. Sonho em dançar tão bem quanto respiro. Em me superar a cada dia - a dor, o cansaço, a ansiedade, o medo. Bater meus próprios recordes. Vibrar de felicidade por conseguir o que custara muito esforço. Ser bailarina completa.
A minha realidade é que faço aulas de balé por duas horas duas vezes na semana, há quatro anos, tendo parado por um ano na metade deste tempo. É que nunca dancei nenhum repertório, nem fiz nenhum solo, tampouco pas de deux. E que não tenho tanta flexibilidade quanto gostaria. Nem equilíbrio. Nem força. Nem todas as outras coisas  de que falei. E que considero meu desempenho nas pontas um tanto quanto precário. A minha realidade é que assisto vídeos de dança na internet que fazem meus olhos marejarem de admiração e que, eventualmente, me deixam deprimida, pensando que eu jamais conseguiria fazer o que aqueles bailarinos incríveis fazem (sei que a gente tenta fugir dessa coisa do "nunca", mas todo mundo sabe que é inevitável). A minha realidade é que moro em cidade pequena, onde não há teatros (exceto por um, totalmente inviável para apresentações de dança) e que temos sorte de que a nossa escola de balé exista. E que, talvez, muito provavelmente, terei de deixá-la no próximo ano, devido aos estudos.
Mas eu não penso em parar de dançar. Não depois de ter experimentado. Não depois de ter subido nas pontas pela primeira vez. Não depois do som dos aplausos, nos espetáculos. Muito menos depois de ter aprendido a ser menos desengonçada (hahah). 
A concepção de sonho e realidade muda na dança. Que parece sonho, mas é real. Que parece arte, mas, para muitos, é vida. Porém, acho que sou capaz de discernir até onde posso ir, dentro das minhas possibilidades, sem ainda analisar a questão de que "nada é impossível". E para dançar, antes de tudo, é necessário manter os pés no chão. Mesmo um salto tem dois pliés.
Foto: Minha, de meus pézinhos. :P

11 de jul. de 2012

CON-SE-GUI!

We Heart It

Olha eu, toda feliz, vindo compartilhar disso com vocês: Consegui abertura suficiente para um grand ecárt!!!
Aconteceu ontem e eu só pensei, o tempo todo, em correr e despejar minha euforia aqui, só que foi um dia um tanto quanto corrido. E, enfim, nunca é tarde demais para uma boa notícia.
Fiquei super empolgada... tentei tirar foto mas, nada que preste para alguém que ainda estava de pijamas e descabelada e gravei até vídeo (que não vou postar por motivos óbvios, embora seja especial demais para que eu me desfaça dele). Ainda estou com as articulações doloridas mas me arriscarei a alongar de novo logo logo - principalmente porque o recesso das aulas está acabando (finalmente!), aí né.
E lembram de todo aquele blá blá blá? Bem, funcionou comigo.
Próxima meta é um grand jeté que inaugure os 180º no ar. Não gosto da ideia de que um espacate sirva somente para fazer pose bonita no final da coreografia, não obstante, ficarei contente em terminar uma próxima nesta posição. Hahah.
Já contei para vocês como eu amo o balé de paixão? Pois é...

9 de jun. de 2012

Retrato de bailarinas por Degas

Duas Bailarinas no Palco, 1874.

Nunca reparei neste quadro que está há tanto tempo na parede da minha sala de balé. Até conhecer o trabalho de Edgar Degas e, com ele, toda a sua sensibilidade, tanto para a arte como para a vida.

Bailarina em Frente da Janela, 1877.

E este estará, muito em breve, na parede do meu quarto.

Pois é. Inspiração.

29 de mai. de 2012

Dançando em outras artes

Lá vai. Eu e Megan estivemos preparando algo muito especial - que nos manteve ocupadas algum tempo (fora as duas semanas de provas na escola) - para nossa professora de balé, que completou mais uma primavera no dia dezenove do mês passado. A ideia inicial era presenteá-la com algo que tivéssemos feito por nós mesmas e, depois de inúmeros planos mirabolantes, nos decidimos por isso:

Imagens em ordem cronológica do processo de criação
Primeira camada de pintura
Segunda camada de pintura e sombreamento interno
Desenho contornado com pincel e sombreamento externo
Megan escrevendo "As quase bailarinas"
"As quase bailarinas"
Detalhe da assinatura no canto direito da bolsa
Camada de glitter no tutu
Efeito do glitter
Resultado final - Bolsa pronta
Afinal de contas, nós sabemos bem, bolsas são indispensáveis para quem tem tanto o que carregar o tempo todo.

P.S.: Corremos muito e mesmo assim o presente não foi entregue à tempo - nem para o Dia da Dança (céus!). Mas "tia Fabi" não pareceu se importar. E, não conseguimos tirar fotos da pintura quando ainda era um rascunho à lápis mas, Megan vai virar fotógrafa digna daqui uns tempos e não haverá mais problemas desse tipo.
Clique aqui, e conheça a sessão "Bolsa de Bailarino" da Revista de Dança.
+ Clique aqui, e conheça nosso recente motivo de alegria.

29 de abr. de 2012

Feliz, dia, dance!

Minha professora sempre diz que a dança é uma linguagem universal e que através dela podemos expressar toda e qualquer coisa para qualquer pessoa. Eu nunca me contentei em esconder minhas ideias/sentimentos, a vida inteira sempre sentir a necessidade de compartilhar esse tipo de coisa. Na dança, eu me encontro. Tudo aquilo que antes considerava complicado demais para falar, fluí nos movimentos de meu corpo. Todos os problemas que, há instantes, atormentavam minha mente, vão embora como se nunca tivessem existido assim que a dança se ocupa inteiramente de tudo. A dança silencia os medos, acalma o coração, evidencia a alma. Em cada pequeno detalhe, contém fragmentos do ser. Pedaços aleatórios de vida.
Neste 29/04, desejo-lhes apenas que dancem! - Porque hoje é dia de dançar.

20 de abr. de 2012

As Quase Bailarinas no Revista de Dança

Há algum pouco tempo fui convidada pela Ana Karla Rodrigues a dar uma entrevista para uma matéria que estava sendo preparada para o Revista de Dança. Muito honrada e igualmente feliz pela oportunidade dada a mim e ao blog, tão recente que é, aceitei o quanto antes.

E, hoje, a matéria finalmente foi ao ar - contando com as participações de ninguém menos que a Cássia, do blog Dos passos da bailarina e a Carol, do Meia-Ponta:



Para ler a matéria, clique aqui.

6 de abr. de 2012

Corredor de sonhos

We Heart It

Talvez a mesma regra não se aplique a todas os estudantes envolvidos na dança mas nós vivemos dançando na escola. Na verdade, é mais do que isso: Não conseguimos não dançar. Basta encontrar um corredor vazio para pensar em grand jetés, basta uma brecha, uma oportunidade, e lá estamos nós piruetando. Isso só passa a ser de fato um problema quando se muda de escola: Antes todos estavam familiarizados conosco, dançávamos sem restrições, tanto no pátio como na sala de aula (no intervalo entre as aulas de um professor e outro, mas claro); agora temos que nos contentar com o fundo da sala, passos rápidos, mais discretos, nada de coisas espalhafatosas nem poses bailarinísticas - a não ser no banheiro feminino. E ainda assim nos olham com cara de "que diabos vocês estão fazendo?". Pelo menos nos acham estranhas juntas. Mas sabe o que pensamos a respeito disto? Nós estamos fazendo o que é preciso. Esperando. Pois ainda há de haver o momento em que poderemos dançar em qualquer lugar e responder aos questionadores - se eles existirem - "é o que fazemos".
 A questão é que essa espera não precisa ser tão chata como todas as outras, aliás, se o pessoal na fila do banco costuma se distrair usando fones de ouvido para escutar sua playlist, nós, na fila da vida, temos o mesmo direito de ir dançando dia após dia até que chegue a nossa vez. Enquanto os fones estiverem lá e não incomodarmos pessoas com outros gostos musicais, está tudo certo.

"- Vamos piruetando por esse corredor?"
"- Oxente! Na hora!"
"- Rápido, antes que alguém apareça!"

 Escrito por Sara e Megan

24 de mar. de 2012

Rumo ao Grand Ecárt

Tumblr

Estive procurando umas dicas de alongamento e descobri esses 5 passos para fazer um Grand Ecárt. Ok. Todos nós que não nascemos com o dom da flexibilidade e trabalhamos duro para conseguir abertura sabemos que vai um pouquinho além disso. Então, gostaria de dizer, adiantadamente, que esses 5 passos de nada adiantarão se você não tiver uma coisa: Persistência.
Ontem consegui descer mais uns centímetros. Um dia eu tiro uma foto assim. Certo. Talvez não seja na praia.
                                                                                      
- Segunda-feira (26/03) começam as aulas, tanto para mim quando para Megan. Depois de três meses de folga posso dizer que era tudo o que eu queria. Mas, como nem tudo é perfeito, o tempo disponível para o balé - e para o blog - vai diminuir. :(
- Ah, por falar nisso, achei um blog ótimo sobre vocês-sabem-o-quê, quase tão novo quanto o meu: Metade Bailarina. Adorei mesmo, Amanda!
Agora, chega de papo: Vamos à luta!

19 de mar. de 2012

Unindo o útil ao agradável

Quando eu e Sara tomamos a decisão de criar esse blog, não pensei quanto tempo demoraria até eu tomar coragem de fazer minha primeira postagem, e me surpreendi quando percebi que não levou mais tempo comparando o quanto levou para me convencer de criá-lo, e todas as vezes em que eu tentara escrever algo, dizia: “não nasci para isso”, até recordar o motivo de ter aceitado participar do blog: O BALÉ! E penso que não deve ter ser tão difícil escrever sobre algo que amo e me orgulho tanto (e espero que não seja mesmo, por que prometi não desistir, ao escolher o nome do blog no plural)... Como sei o quanto sou melodramática (e isso estragaria o blog), decidi que nesse post vou unir o útil ao agradável e deixar posts como os primeiros da minha genial Sara para quando souber moldar esse defeitinho meu, e vou falar sobre livro! Para ser mais exata vou falar sobre um livro que inclui balé na história, e que te ajuda a sonhar, criar coragem, esperanças e que te arranca suspiros. Então aí vai a minha primeira dica de muitas:

Dança dos Sonhos – Nora Roberts

Sinopse:
Este livro retrata a vida de quatro personagens que são regidos pela poesia da dança e pelos acordes do coração.

História 1: Reflexos
Para a bailarina Lindsay Dunne, sua carreira havia terminado com o trágico acidente de seus pais. Ao voltar para sua pequena cidade em Connecticut, ela se conforma em apenas dar aulas de balé… até ser presenteada pelo destino com o arrogante e sedutor Seth Bannion. Agora, Lindsay está diante de seu maior desafio: superar o medo de amar e ser amada.

História 2: Dança dos Sonhos
Ruth Bannion vive o alvorecer de sua carreira em meio a intensas aulas de balé sob a tutela de seu mentor, o jovem coreógrafo russo Nikolai Davidov. O temperamento excêntrico de Nick muitas vezes a impele a desafiá-lo, e ele sempre estimulou em sua pupila as atitudes fortes. Mas chegou o momento em que Nick não será mais capaz de se esconder atrás das barreiras que ergueu contra as trapaças do coração, e junto com Ruth ele deverá dar o passo mais importante de sua vida.


Adorei falar sobre algo que sempre me deixa chateada por não encontrar muitas opções: esse livro foi o primeiro que li envolvendo ballet! Prometo pesquisar novos livros e compartilhar com vocês que também são amantes da leitura e da dança clássica.

12 de mar. de 2012

Fada ou bailarina?

Balé muitas vezes não precisa de técnica e perfeição para nos fazer suspirar.



Agora, me digam se não é uma fofura.

8 de mar. de 2012

Paciência, dedicação e o que mais vier por aí

Aonde elas vão chegar, só depende delas.

Uma bailarina precisa de ter em sua mente aonde quer chegar, precisa de traçar metas mas, e principalmente, precisa de fôlego e paciência para fazer as coisas acontecerem, ainda que demorem um tantinho. Se nesses quatro anos de balé pude aprender alguma coisa é que, como tudo na vida, não adianta se a gente se desespera, senta num canto da parede e pensa em desistir porque "ah, não tenho abertura suficiente!" ou "nunca vou conseguir ter..." ou outra coisa qualquer, afinal (e sei que parece meio óbvio) essa não é a solução do problema. Lembro-me de voltar para a casa tristonha depois das aulas, completamente exausta em todos os sentidos, e, em algumas das vezes, me largar no colo da minha mãe sem mais conter o choro enquanto tentava encontrar um motivo para não me sentir tão incapaz. Depois parei com isso. Decidi tentar algo diferente. Se ainda falta muito - tudo bem, eu digo a mim mesma - respire e tente de novo, devagarzinho. Não queira ir de 45º à 180º de uma só vez. Vá a 50º primeiro, e depois a 60º - quem sabe. E, devo confessar, depois que me acostumei a fazer isso eu realmente deixei de me importar se o balé me levará a algum lugar, se eu alcançarei a linha de chegada ou ficarei pelo meio do caminho. Deixei de me preocupar com o que ainda há de acontecer e tratei de me dedicar ao que faço agora, porque, eu percebi, o que me faz feliz são as minhas conquistas - aqueles momentos de êxtase em que a gente grita "consegui!" e corre para mostrar a todo mundo o que podemos fazer - não as minhas expectativas, e que com a dedicação da qual disponho no momento as coisas têm muito mais chances para acontecerem futuramente. Como uma semente que é plantada e regada todos os dias com carinho e afinco. 

7 de mar. de 2012

Bra bás - Cinco, seis, sete e oito

A ideia de criar este blog surgiu porque queríamos ter um espaço para falar do balé da forma como o vemos e tudo o que entendemos, mesmo não sendo muito, a respeito dessa arte que amamos. Aqui, queremos deixar registrado nossa trajetória pela dança: nossas metas, as pequenas e as que estão há milhas de distância, as frustrações (que não são suficientes para superar o prazer que temos em dançar mas, eu diria, são muitas), os desejos, as expectativas, os planos para o futuro - assim como para o presente - e tudo o mais que conseguirmos expressar em forma de palavras sobre a dança.
Para começo de conversa, um texto escrito por Angela Reinhardt que me deu forças para seguir em frente num momento em que o talento que eu tinha ou não tinha para a dança não parecia querer sair da minha cabeça:

"Sou talentoso(a) o suficiente? Tenho certeza que você se fará esta pergunta. Talvez não acredite que tenha talento o suficiente para dançar, nem mesmo para estudar e se tornar profissional. Talvez pense que não tenha o corpo 'ideal', ou hesite por não ter frequentado escolas de dança para crianças, ou aprendido ginástica, ou patinação artística. Deixe-me então contar um segredo.O mais importante de tudo é seu interesse, seu comprometimento e sua paixão pela dança. Com isso, é possível mover montanhas. Sem áixão, você pode até ter talento, e certamente talento tem tudo a ver com atributos físicos, mas eles não são garantia de sucesso no futuro.Quando lembro da minha infância, minhas pernas arqueadas, meu bumbum murcho e minha completa falta de senso de realização, quem olhava para mim devia pensar: dançar não é pra ela. Até meu irmão tinha atributos físicos melhores que os meus. Ele conseguia fazer facilmente aquilo que eu lutava, rangendo os dentes, para realizar. Mas ele não tinha o sonho e nem mesmo a paixão pelo ballet."
O texto original e o endereço da web onde o encontrei estão aqui.